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Como um processo judicial pode afetar a carreira do médico?

O expressivo aumento de processos judiciais contra médicos e demais profissionais da saúde tem causado grande preocupação.
Em meio a este quadro, o Brasil já desponta como um dos países com maior percentual de médicos processados em todo o mundo. Mas como estas ações afetam a carreira do médico e demais profissionais da área da saúde? 

Veremos a seguir que os problemas causados pelas ações judiciais vão muito além de uma possível indenização ao final do processo. Cumpre ressaltar que além dos processos judiciais, de natureza cível ou criminal, existem ainda os processos éticos e administrativos, que podem levar à cassação do direito de exercer a medicina ou à exoneração do órgão onde o médico exerce sua profissão.

1. Abalo psicológico
No caso dos processos judiciais, inicialmente ressaltamos o grave abalo psicológico que o processo exerce sobre o profissional.  Levando em consideração que a maioria dos processos ocorre sem que exista de fato erro por parte do médico, o efeito psicológico que o processo causa no profissional chega a ser tão grave a ponto de causar medo de exercer a medicina.
São comuns os casos em que ao serem processados, os médicos se afastam das atividades por vários dias e chegam a considerar até mesmo o abandono da profissão.

2. Imagem prejudicada
Importante salientar também o abalo da imagem do profissional, visto que os processos são de consulta pública e se tornam cada vez mais comuns os pacientes que antes de escolher o médico, consultam seus dados junto à justiça em busca de processos, julgando a qualidade e o zelo do profissional em função da existência ou não de eventual processo, independente de
condenação.

3. Sensacionalismo da imprensa
Ainda em relação à imagem do médico, há de se observar que tal abalo pode ocorrer em meio à própria classe médica, atraindo críticas dos colegas, ou em todo o meio social alcançando proporções nacionais, nos casos em que a imprensa dá grande repercussão aos fatos e “crucifica” o médico nos noticiários, independente de haver comprovação de erro profissional.

4. Privação da liberdade/perda do patrimônio

Por fim, há ainda uma grave consequência que é a possibilidade de condenação nos processos criminais e cíveis. No caso de processos criminais, pode-se chegar ao extremo da privação de liberdade (prisão), e nos casos cíveis da perda considerável do patrimônio adquirido durante toda a vida profissional, ou até mesmo de todos os bens, visto que os valores discutidos em juízo são cada vez mais altos.

5. Caminho para novos processos e condenações
Ainda sobre a questão das consultas públicas de processos judiciais, é óbvio que em caso de condenação, o médico se torna um profissional eternamente “marcado” pelo erro, visto que qualquer pessoa que consultar seus dados junto aos sites da justiça  será fácil acesso ao processo e à condenação, podendo restringir a aceitação do profissional por novos clientes ou até estimular o ajuizamento de novas ações, ou influenciar negativamente o julgamento de futuros processos. Embora teoricamente a condenação pressuponha a mais absoluta certeza de responsabilidade do médico pelos danos sofridos pelo paciente, esta não é a realidade que temos visto nos tribunais. Questões como a aplicação de disposições de relação de consumo, a consideração de obrigação de fim e não de meios, e o apelo “paternalista” da nossa justiça podem levar o médico a ser condenado, independente de comprovação de erro.

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5 estratégias para prevenir erros médicos

Erro médico

Erros médicos têm se tornado parte comum da vida hospitalar ultimamente. E, apesar de ser difícil de preveni-los, é possível em muitos casos, especialmente se os hospitais estiverem dispostos a tentar diversas estratégias para resolver o problema.Uma pesquisa recente indica que erros médicos são a terceira maior causa de morte nos Estados Unidos. Mesmo que progressos tenham sido feitos nos últimos anos, eles não foram o suficiente.

Rc medicosIdeias para prevenção de erros médicos

O advogado James Lieber, autor do livro “Como Erros Médicos se Tornaram a Terceira Maior Causa de Morte nos Estados Unidos e o que Pode Ser Feito a Respeito” escreveu um artigo no Wall Street Journal destacando alguns esforços que os hospitais fizeram no passado para prevenir erros médicos.

No artigo, Lieber fala sobre cinco estratégias que hospitais e médicos podem adotar para fazer uma grande diferença e reduzir os erros médicos. São elas:

Estruturar a conversa entre a troca de plantão

Um dos grandes contribuintes para erros médicos sérios é a falta de comunicação entre a equipe durante a troca de plantão. Segundo a Joint Commision, isso causa a maioria de ferimentos e mortes por erros médicos. Usar checklists e outras ferramentas para ter certeza de que nada foi esquecido é crucial para prevenir falhas.

Envolver o farmacêutico diretamente no tratamento

É comum que médicos e enfermeiros tratem o paciente juntos. Lieber propõe adicionar os farmacêuticos ao time. Dessa forma, os médicos podem ter informações diretas sobre como diferentes drogas podem afetar e piorar a condição do paciente e quais medicamentos prescrever no lugar delas. Os farmacêuticos também têm facilidade de descobrir erros médicos relacionados à medicação.

Trabalhar para reduzir infecções

A infecção hospitalar é uma das complicações mais perigosas da internação. Para evitar que os germes se espalhem, os hospitais devem estar sempre vigiando as cartilhas que regulamentam a limpeza dos quartos, dos instrumentos cirúrgicos, laboratório, entre outros. As instituições também precisam ter certeza de que a equipe está higienizando as mãos corretamente.

Evitar problemas de diagnóstico

Problemas de diagnóstico não incluem só erros de diagnóstico. A demora, o exagero de diagnóstico e o diagnóstico parcial também contam. Aqui, Lieber sugere que essa fase do tratamento inclua toda a equipe, de médicos à radiologistas. Se cada pessoa usar sua experiência de forma eficaz e não tiver medo de dar sua opinião, os erros médicos podem ser evitados.

Fazer com que o prontuário eletrônico seja interoperável

Requisitos de uso significativo devem mudar em breve e eles terão um grande foco em garantir que os sistemas de prontuário eletrônico de diferentes médicos e hospitais possam conversar entre si e compartilhar informações importantes do paciente. As instituições precisam se aproximar dos fornecedores de prontuário eletrônico e a equipe de TI para ter certeza que o sistema pode ser atualizado para fazer isso.

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Este artigo foi adaptado do site Health Care Business Tech

Erro médico

Afinal, o que é Erro Médico?

Vivemos tempos complicados: de um lado, o avanço da ciência e da tecnologia é bastante veloz e tem alcançado sucesso; mas, de outro lado, faltam meios para dar solução aos problemas básicos de saúde da população. Faltam recursos e políticas públicas sérias e contínuas, infra-estrutura, capacitação de profissionais, qualidade do ensino médico. Os profissionais de saúde são vítimas desse quadro desolador da saúde no Brasil, mas a situação é pior para os pacientes que já estão fragilizados diante dos problemas de saúde que enfrentam.

Muito precisa ser feito para mudar essa situação. Ao lado das iniciativas governamentais para resolver as carências do sistema de saúde brasileiro, a relação entre o médico e o paciente é fundamental para o sucesso de um tratamento. Essa relação pode contribuir muito para evitar danos decorrentes dos chamados “erros médicos” ou outros problemas.

“Erro médico” é um assunto delicado para o paciente, para o médico e também para outros profissionais de saúde. Hoje a expressão “erro médico” é por vezes empregada para designar qualquer falha cometida na prestação dos serviços de saúde que tenha ocasionado um dano ao paciente. Portanto, a todos esses interessa a questão. Nesse sentido, a atuação dos conselhos de profissionais, como o Cremero, é de extrema importância. Tanto no que se refere à humanização do atendimento quanto à apuração e punição do “erro médico”, quando configurado. Tanto no diálogo com a sociedade quanto na capacitação dos profissionais.

MAS AFINAL, O QUE É ERRO MÉDICO?

Outro ponto que precisa ficar mais claro é o chamado “erro médico”. Nem todo mau resultado de um tratamento médico decorre da má conduta do profissional médico. Considera-se como “erro médico” toda e qualquer falha ocorrida durante a prestação da assistência à saúde que tenha causado algum tipo de dano ao paciente. Ou seja, ainda que a causa tenha sido a falha de um determinado aparelho na realização de um exame, a indisponibilidade de um leito em UTI, ou mesmo o erro de outros profissionais da saúde (enfermeiros, técnicos, etc…), trata-se de “erro médico”. Existem situações em que o resultado não é satisfatório para o paciente, mas que não se está diante de erro médico. O resultado adverso, por exemplo, não decorre da má prática médica. Ele acontece quando o profissional, apesar de ter empregado todos os recursos adequados, obtém resultado diferente do pretendido. A adversidade decorre de uma situação incontrolável, própria da evolução do caso ou quando não é possível para a ciência e para a Medicina prever quais pessoas, em quais situações, terão esse resultado indesejado. Embora incontrolável, o resultado adverso pode ser contornável pelo conhecimento científico e pela habilidade do profissional. Outro acontecimento que não deve ser confundido com a má prática médica é o aparecimento de novo fenômeno no curso do tratamento, a exemplo de uma nova doença que agrava o quadro clínico. Na linguagem médica esse acontecimento é chamado de complicação. Um dos exemplos mais comuns é a infecção hospitalar, que independe da competência médica e ocorre mesmo nos hospitais de melhor qualidade. Apesar dessas ressalvas, a má prática médica, quando configurada, tem que ser encarada com seriedade e transparência e deve resultar no ressarcimento da vítima ou de seus familiares.

A MÁ PRÁTICA médica gera responsabilidade civil e penal

Responsabilidade civil

A má prática médica pode causar danos ao paciente e gerar ao médico o dever de indenizá-lo. Assim, a responsabilidade civil do médico será a de recompor de alguma forma os danos sofridos pelo paciente, o que normalmente se dá mediante o pagamento em dinheiro.

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Troca de plantão com Segurança

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A troca de plantões entre os médicos é uma prática permitida e relativamente comum nas unidades de saúde, mas para evitar problemas éticos e administrativos, é fundamental que os profissionais adotem alguns cuidados.

Acordada a troca entre os colegas, a primeira medida necessária é notificar a diretoria ou o responsável pela escala de plantão sobre a substituição a ser feita. A notificação deve ser feita por escrito e os médicos substituto e substituído devem guardar uma cópia desse documento.

DE QUEM É A RESPONSABILIDADE NO CASO DE IMPOSSIBILIDADE DE COMPARECIMENTO DO MÉDICO SUBSTITUTO?

Quem responde pela falta ao plantão é o médico substituído, aquele escalado previamente, implicando inclusive em infração ética passível de punição perante o CRM, e o mais grave, poderá ser responsabilizado judicialmente.

MODELO DE COMUNICAÇÃO PARA  TROCA DE PLANTÃO:

Eu,_______________________________________________________, comunico que o plantão do dia _______/_______/_______, no horário das ________ às _______ horas, na Especialidade _________________________________, estará sob a responsabilidade do(a) médico (a) ___________________________________ _____________________________, integrante do corpo clínico da unidade, que me substituirá, com aquiescência prévia do Diretor Técnico da Unidade/ responsável pela escala.

Informo ainda que ficarei responsável pelo plantão do dia _______/_______/_______, no horário das ________às_______horas ou em data a ser definida.

Data:

Assinatura e Carimbo: 1. do médico substituído

  1. do médico substituto
  2. do diretor técnico ou responsável pela escala

 

A comunicação deve ser feita em 3 vias, pois cada profissional deverá arquivar uma via para sua segurança.

 

 

Fonte: Amanda Bernardes – Advogada Especialista em Defesa Médica